O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva determinou ao futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que pedisse ao governo Bolsonaro para desistir de prorrogar o corte dos impostos federais sobre combustíveis. A desoneração, que ajudou a conter o preço da gasolina na segunda metade de 2022, tem prazo para acabar: 31 de dezembro. Como mostrou o Estadão, Haddad havia ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na segunda-feira, quando acertaram a edição de medida provisória (MP) para prorrogar a desoneração por um mês.
Haddad comunicou a decisão de Lula ontem à tarde por meio de mensagem no celular, segundo fontes do governo Bolsonaro. A prorrogação daria tempo para o novo governo se posicionar e tomar a decisão em torno da desoneração. Sem ela, ocorre o aumento dos preços, com impacto na inflação. Por outro lado, depois da PEC da Transição, que aumentou a licença para gastos, o futuro governo conta com o aumento da arrecadação para diminuir o déficit nas contas públicas já contratado para 2023. O impacto da prorrogação da medida seria de R$ 52,9 bilhões no ano cheio. Setores do mercado financeiro pressionam pelo fim da desoneração para a melhoria das contas públicas.